São já passados 20 anos do advento do eLearning em Portugal. Que não de EaD pois são múltiplos os casos de aprendizagem a distância via correio postal em meados do século passado. Foi assim que me iniciei. Com um curso de desenho de cursos numa universidade escocesa, lá para os anos 80 do passado século. Muitos conhecem a história do eLearning em Portugal (há livros publicados) e a esperança que colocamos no seu advento. Tanta "porrada" levamos que aprendemos "Á bruta". A semente prosperou e deu lindos frutos, alguns ainda por aí andam e outros foram adaptados e melhorados. Outros evoluíram e iniciaram uma modalidade de aprendizagem combinada de presencial e a distância. A comunidade acadêmica e de práticos do eLearning apanhou muito bem o "comboio" do modelo conetivista que George Siemens e Stephen Downes lançaram no início do Séc. XXI. Alguns retiveram para sempre a IV Conferência Europeia de eLearning em 2007 e a Conferência Internacional Creative Learning em 2009. Foram luzes que iluminaram politicas publicas europeias e não por acaso emergindo dum Plano Tecnológico e um Portugal Digital e tantas outras inciativas que surgiram e que perduram em mudança real. É muito daí que vem a discussão (profícua) entre Educação«» Aprendizagem e o papel do professor/formador. Apesar de todos os esforços e de todas as orientações politicas e muitos milhões de investimento europeu é certo que o ensino europeu não consegue, até hoje, ser centrado no aluno ou no cidadão aprendente. E, não nos deve admirar, e para nos situar relembro o Relatório Learning to be, otherwise known as the Faure report (1972) and Learning: The treasure within, otherwise known as the Delors report (1996), have been associated with the establishment of lifelong learning as a global educational paradigm. Aqui chegados, sim porque foi exatamente ali que aprendi/descobri que houve um erro inicial na tradução de "Learning" que em vez de ter ficado aprendizagem ficou ensino....Enfim, erros que se cometem ao longo da vida e que quando reproduzimos maciçamente, como acontece nos nossos dias com as "fake news", são difíceis de conter. Todos os fazem e a nossa comunidade de profissionais de educação/formação deve, por isso, e a meu ver (que vale pouco) privilegiar aquela que eu mais respeito: a humildade pedagógica. Aquela que nos diferencia no reino animal deste Planeta maravilhoso em que vivemos (que com esta pandemia respira melhor...) : -enquanto estamos vivos estamos sempre a aprender. É, por isso, que hoje me tornei um fervoroso ativista da aprendizagem ao longo da vida (do berço ao túmulo, atenção!). Com a experiência acumulada das batalhas, ganhas e perdidas, no eLearning e conseguindo em todo o momento levar para dentro das discussões sobre educação/formação (lá está, devia ser aprendizagem) inclusivas, que a tecnologia, em especial a AST-aprendizagem sustentada em tecnologia, tem um papel determinante de suporte para que essa inclusão seja efetiva. Não exclui, inclui. Por isso compreendem como dói ver a CE adiar o seu Plano de Ação para a Educação e Portugal não ter em duas semanas tido a capacidade de colocar tos os seus alunos com acesso internet e computador/tablet (50 a 100.000 segundo parece) e alguns professores também. Era a oportunidade para lançarmos uma grande ofensiva a nível mundial na guerra pelo Conhecimento/Investigação/Competências (sem esquecer a Cultura e a Saúde (aqui mais um parêntesis para lembrar artigos escritos antes desta pandemia em que opinava sobre a "ALV pode salvar muitas vidas") que são molas reais dessa mudança. Não, não esqueci o "Green Deal" , mas vejo-o como uma consequência daquelas e não como uma resultante. A Europa vai dar passos significativos assumindo o seu papel de Líder mundial quando finalmente conseguir colocar a aprendizagem dos seus cidadãos como a essência de todas as batalhas pela produtividade e de superar crises. Como Albert Sangrá escreve no seu mais recente texto neste blogue não há um modelo único para se aprender. Agora que já experimentaram este, sem ter a socialização dos recreios das escolas e os bares das academias, saibamos combinar inteligentemente ambos. Vamos ser melhores na aprendizagem! Desculpem, é isto que penso. Agora. Pode ser que aprenda até morrer que estou errado
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O que convém evitar?
No ensino online devemos prestar particular atenção à gestão da comunicação entre os intervenientes no processo.
É conveniente restringir a comunicação unipessoal, por exemplo através de e-mail, promovendo a criação de espaços, como fóruns, onde as dúvidas e/ou pedidos de esclarecimento sejam colocados pelos estudantes e respondidas pelo professor, ou eventualmente, em certas ocasiões, por outros estudantes, tendo em mente que a dúvida de um estudante pode ser a mesma de outros colegas seus. Evita-se, assim, também a proliferação de canais de comunicação, permitindo ao professor gerir a comunicação de forma adequada, diminuindo, deste modo, situações de stress.
Por outro lado, é importante saber gerir as expetativas de interação que surgem neste contexto, criando um equilíbrio temporal entre o momento em que as questões são levantadas pelos estudantes e aquele em que o professor responde. Assim, é de evitar uma resposta imediata sistemática às perguntas colocadas, que pode criar expectativas irrealistas por parte dos estudantes, e impossíveis de cumprir posteriormente. Contudo, é também necessário evitar que essa resposta demore demasiado tempo (24h, no máximo 48h caso haja um elevado número de estudantes ou um pico de questões colocadas em simultâneo), de modo a evitar ansiedade e desmotivação por parte dos estudantes. Estes aspetos devem ser explicitados e contratualizados com os estudantes desde o início.
O facto de estudantes e professor não coabitarem o mesmo espaço físico propicia, não raras vezes, uma relação mais próxima e intimista do que aquela que ocorre num cenário presencial, levando os estudantes a exporem-se sem os constrangimentos que existem, em certas circunstâncias, numa relação presencial. Nesse sentido, deve evitar-se uma comunicação demasiado formal, e ter especial cuidado com aspetos que podem gerar ambiguidade e/ou conflito: a crítica demasiado dura, o humor não devidamente contextualizado, ou uma reação a quente a uma interação percebida como incorreta, por exemplo.
Outro dos aspetos a evitar é a utilização de uma linguagem complexa, confusa e desnecessariamente verbosa nas instruções das atividades e tarefas. Estas devem ser claras, sucintas, e de fácil leitura, para evitar interpretações erradas ou, até, uma leitura em diagonal por parte dos estudantes.
É reconhecida a importância que pode ter a utilização dos vídeos em contextos de ensino-aprendizagem online para determinados fins: sínteses de conteúdos relevantes, apresentação de conteúdos por parte de especialistas de renome, clarificações e aprofundamentos por parte do professor, situações em que se revele importante os estudantes visualizarem determinadas realidades/situações (experiências na área da química ou da física, simulações, etc.), para dar alguns exemplos. Contudo, deve evitar-se um excesso de utilização deste recurso, e privilegiar-se a variedade e diversidade de materiais e estratégias. Quando se utiliza o vídeo, um dos aspetos a ter em consideração é a sua duração. Devem evitar-se vídeos muito longos (mais de 15 minutos), e estes devem ser sempre acompanhados de propostas de atividades que envolvam e estimulem os estudantes. Tal como com os outros recursos, a apresentação dos aspetos a trabalhar pelos estudantes deve ser feita numa linguagem clara e objetiva, evitando expressões equívocas, focar-se nos tópicos principais e assumir-se como um fator de motivação, estimulando inclusive os estudantes a desenvolver as suas próprias pesquisas, sob orientação do professor.
Maria do Carmo Teixeira Pinto
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