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O que posso esperar?

Maior intensidade da relação de comunicação

 

A participação de professores e de estudantes é essencial para no ensino online de raiz participativa e colaborativa que propomos. No entanto, o professor deve ter presente que estes processos deve ser regulados, de modo a evitar níveis de interação insustentáveis. Alguns aspetos de natureza prática podem facilitar a ação neste domínio, tais como: 

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  • Definição de regras claras de comunicação e netiqueta; 

  • Clareza e coerência de linguagem na definição de objetivos, atividades, bem como de instrumentos mediadores de aprendizagem e de avaliação; 

  • Envolvimento dos estudantes em dinâmicas de moderação grupos restritos ou de comunidades de aprendizagem; 

  • Realização de atividades colaborativas, em pares ou em grupos mais alargados.

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Estes aspetos moderam a intensidade dos fluxos de comunicação, com reflexos positivos na aprendizagem dos estudantes. Mensagens longas, aulas expositivas síncronas ou gravadas contribuem para a desmotivação e silenciamento dos estudantes. 
 

Importância da gestão cultural da presença online
 

Sendo uma modalidade de ensino e aprendizagem sem “muros”, nem fronteiras, as diferenças culturais fazem parte da matriz identitária do processo pedagógico online. Por esta razão, professores e estudantes devem ser capazes de adotar um vasto leque estratégias que valorizem a diversidade cultural, como, por exemplo:

 

  • Criação de um clima de aula que facilite a participação de todos os estudantes;

  • Promoção de contextos de aprendizagem colaborativa on-line multicultural com um elevado investimento na colaboração entre pares;

  • Uso de recursos linguísticos bilingues; 

  • Prevenção de comportamentos estereotipados;

  • Sensibilização para as questões globais;

  • Organização de turmas de moderada dimensão – em turmas com um elevado número de estudantes é mais difícil regular poderes culturais assimétricos, ambíguos e individualistas;

  • Incorporar a cultura como eixo estruturante do processo de aprendizagem colaborativa;

  • Mobilizar o desenvolvimento de competências de comunicação intercultural em docentes e estudantes.

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Maior carga de trabalho (estudante e professor)


Os tempos de ensino e de aprendizagem na educação online e no ensino presencial são percecionados de modo diferente. Por esta razão, o professor, por um lado, deve avaliar os tempos de que dispõe e investi-los nas etapas fundamentais do curso/unidade curricular já referidas- planeamento do curso/unidade curricular; conceção de materiais do curso; orientação dos estudantes; feedback e avaliação; gestão da comunicação e das interações. 


É também desejável que o professor clarifique alguns mitos, ou seja, que informe que não está disponível 24/7;  defina o prazo máximo de resposta aos estudantes; clarifique o tipo de participação esperada dos estudantes em cada umas das atividades a realizar.


Deve, ainda, ter uma perceção clara sobre os tempos médios que os estudantes investem em tarefas como: leituras de fontes científicas, realização de atividades (em colaboração ou individuais) ou participação em discussões. A avaliação irrealista dos tempos necessários para a realização das atividades pode criar sobrecarga informativa de difícil gestão (pedidos de esclarecimento, adiamentos de prazos de conclusão de tarefas) e, consequentemente, por em risco a trajetória de comunidades de estudantes.
Bates publicou recentemente um conjunto de recomendações que podem ajudar a evitar alguns destes aspetos críticos. 


Competências digitais e acesso ao campus virtual


Regra geral, a inscrição em cursos online tem como pré-requisitos o acesso à Internet, bem como o domínio de competências digitais básicas. No entanto, o facto de estes aspetos estarem garantidos não dispensa outro tipo de ações que assegure a inclusão digital do estudante nos processos de aprendizagem online. Deste modo, a instituição que acolhe o estudante deve promover iniciativas que permitam ao estudante:

 

  • conhecer bem a organização e funcionalidades do campus virtual – esta dimensão parece ter um peso mais relevante na inclusão do estudante do que as competências digitais básicas (estas dão-se por adquiridas); 

  • dominar ferramentas disponíveis para comunicação (fórum, chat, mensagens), colaboração (wikis, glossários, bases de dados), ou de opinião (consulta, diário, inquérito), compatibilidades, modos rápidos de acesso, secretarias online, associações, entre outros.

  • ter um acompanhamento próximo, seja através de uma sólida equipa técnica que garante suporte regular, seja criando comunidades de pares que facilitem o contacto com as diferentes áreas do campus virtual, bem como das ferramentas tecnológicas disponíveis.


Tendo em conta as boas práticas neste domínio, a Universidade Aberta (UAb) proporciona, aos seus estudantes, um curso breve de ambientação online, de frequência obrigatória, no 1º ano em frequentam a UAb. 


Este problema assume outros contornos no caso da transição digital no ensino básico e secundário. Nestes níveis de ensino obrigatório, o acesso a computadores e Internet, bem como as competências básicas para o seu uso, devem ser garantidos a todas as crianças, sem exceção, de modo a garantir que as clivagens digitais não são acentuadas com a disseminação de práticas de ensino e aprendizagem online. 
 

Luísa Aires   

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